Sexta-feira, 11 de Março de 2011
Começam a chegar os primeiros relatos de portugueses que sentiram o quinto maior abalo do mundo desde que há registos. Entre eles o jogador da selecção nacional de futsal, Ricardinho.
Tóquio anoiteceu hoje com o som das ambulâncias e, pelas 19h30 locais (10h30 em Lisboa), depois de mais de duas horas sem réplicas, a capital japonesa voltou a tremer, disse a agência Lusa um português residente na cidade.
"Ouve-se continuamente ambulâncias a apitar, mas não me consta que, nesta zona, haja mortos ou feridos. Os prédios, pelo menos não caíram", contou a testemunha, que trabalha num escritório do centro de Tóquio.
Segundo contou, na zona onde trabalha, próxima de várias embaixadas, "não se vê incêndios" e excetuando "o rebuliço das ambulâncias", o trânsito "parece normal".
Mas às 19h30 (hora local), a memória do sismo de magnitude 8,9 na escala de Richter que abalou hoje o Japão, continuava muito viva: "Desta vez tive medo. Foi uma situação muito grave", conclui o emigrante luso.
Ricardinho, jogador de futsal, sentiu o abalo
O jogador português de futsal Ricardinho também sentiu o sismo no Japão quando se dirigia para um jogo do Nagoya Oceans, algo que nunca esperou sentir, dizendo que os "prédios abanavam como se fossem árvores".
"Um susto enorme. Estava ali a assistir a uma coisa que nunca tinha sentido, nem imaginava sentir algum dia, mas a verdade é que por momentos (mais ou menos 50 segundos) tudo parecia que ia cair", relatou.
Num texto publicado no seu sítio oficial, o internacional português disse que "havia pessoas a sair a correr para a rua, os carros parados nas estradas, com algumas pessoas a sair dos mesmos, as árvores agitadas como se fossem cair a qualquer momento".
"O mais incrível era a forma como os prédios abanavam como se fossem árvores, algo incrível. Os prédios no Japão têm umas molas (gigantes) nas suas fundações e realmente resultam", referiu.
Os jogos que estavam previstos para hoje foram adiados para sábado.
Imigrantes brasileiros
Chico Capalbo, imigrante brasileiro, residente no Japão, estava a trabalhar quando aconteceu o incidente que causou fortes danos a todos os níveis, incluíndo comunicações.
"O terramoto foi forte. Estava na fábrica quando tudo começou a balançar e foi ficando mais forte. As ruas começaram a tremer e mexer-se para a frente e para trás. É a primeira vez que vejo algo assim e nunca mais quero ver. Os telefones não funcionam, a única coisa que funciona é a internet", disse Chico Capalbo.
O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, disse que não há informações sobre vítimas brasileiras.
Segundo o embaixador, pelo menos 254 mil brasileiros vivem no Japão e há registo de poucos a viver na área afetada.
Um violento sismo de magnitude 8,9 na escala de Richter atingiu hoje a costa nordeste do Japão, seguido de um tsunami, tendo-se registado pelo menos 32 mortos e dezenas de feridos, além de danos que o Governo local já admitiu serem "consideráveis".
O sismo já foi seguido por várias réplicas, algumas com magnitude superior a 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto de Geofísica norte-americano (USGS).
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, está reunido de emergência com o seu Governo e determinou a criação de um comité de crise para monitorizar a situação, tendo ainda enviado meios navais para Tóquio e para a zona de Miyagi.
Com Lusa